Boa leitura e ENJOY! n_n
Era uma bela manhã de sol, onde os moinhos de vento pareciam dançar junto com as gaivotas. Acordei na mesma hora de sempre, e nada parecia diferente. Vesti a mesma roupa e me dirigi ao bar, onde meu café da manhã já havia sido preparado. Porém, ao entrar no bar, ficou claro que não era um dia qualquer. Era o aniversário do meu irmão, que acabara de fazer os triunfantes 17 anos. O ancião e as demais pessoas presentes no bar o deram vários presentes. Bússolas, livros, roupas de frio e afins. E, não por coincidência, todos os presentes tinham algo a ver com viagens.
Esse “não por coincidência” eu fui descobrir depois. Ao sentar-me ao lado do meu irmão para comer, ele, enquanto dava uma olhada em todos os presentes, falou sem desviar seu olhar que era para eu começar o treinamento rotineiro mais cedo, e que dessa vez ele estaria observando. Ocupado e concentrado em comer eu nada disse, mas obedeci às ordens e assim que terminei fui correndo para o campo. Ao ver que ele não havia desviado o olhar para mim em segundo algum após minha saída, logo imaginei que com toda certeza, ele não viria me ver treinar. Treinei como sempre, testando meus punhos em uma árvore, chutando e esticando minhas pernas em pleno ar, experimentando vários tipos de esquivas.
Em torno de meio dia, ele chegou, vestindo uma das camisetas que havia ganhado de presente. Nem perguntei o motivo da demora, era óbvio que ele havia cochilado ou coisa assim. Sentou-se do meu lado e me trouxe uma marmita contendo arroz, carne e broto de feijão. Comi rapidamente e engolindo de vez, com fins de continuar o treinamento o mais rápido possível. Porém, me sentia realmente incomodado com o modo em que ele me observava. Um olhar sereno e ao mesmo tempo apreensivo, sobrancelhas tensas. Um pouco preocupado e muito perturbado, perguntei a ele o que havia de errado. E foi aí que eu entendi o significado de todos aqueles presentes. Ele olhou em meus olhos e dirigiu o olhar para céu em seguida. Fez uma pausa. Após alguns minutos contemplando a bela folhagem verde do verão, disse: “Eu decidi, vou para o mar ser um pirata. Amanhã partirei.”
Meu corpo travou-se dos pés a cabeça. Talheres caíram de minhas mãos trêmulas e paralisadas, enquanto meus olhos arregalados o encaravam perplexos. Não faço a mínima idéia do motivo de ter me contado tal notícia tão tardiamente, mas naquele momento um misto de fúria e tristeza tomou conta de minha alma e eu o soquei sem prestar atenção em meus movimentos. Quando me dei conta, ele já havia dado um contragolpe e eu estava no chão, com uma dor intensa na perna direita, que ele havia imobilizado com uma mão apenas. Ele virou os olhos decepcionado. “Sabia que teria essa reação infantil.”, disse isso e se retirou. O segui, e estiquei minha mão na direção dele, enrolada em punho. Ele desviou. Nós brigamos, e soco após soco, ele apenas desviava. Em minha fúria desesperada, dei o que hoje chamaria de ‘gomu gomu no glating’, e para minha surpresa, um dos socos o atingiu. Ele caiu ao chão com o nariz sangrando porém rápidamente se levantou, surgiu na minha frente e me deu uma rasteira. Esmurrou-me ainda no chão. Como o esperado, o irmão mais velho é sempre mais forte.
Não foi possível para mim evitar a frustração. Eu tive inveja, muita inveja. Era eu que devia estar indo para o mar, era eu que tinha que ser o pirata. Dava aquela impressão de que ele iria para o mar apenas para se impor como mais velho, e como poderia fazer as coisas antes de mim. Ainda no chão, amaldiçoava-o e a mim mesmo, por ainda ter 14 anos e não poder ir para o mar. O flash back do ruivo dizendo que eu ainda era uma criança não saía de minha mente. Ele então deitou-se do meu lado, olhando o céu, sorrindo. Disse pra mim que decidiu ir para o mar pois achou que devia seguir meu exemplo. Perguntei se ele estava falando a verdade e ele fez sim com a cabeça. Continuou dizendo que acreditava que ser pirata era a coisa mais divertida a se fazer. Concordei com ele, e logo minha raiva diminuiu. Realmente a idéia de ser pirata era muito excitante, e me senti feliz por meu irmão compartilhar esse pensamento. Cochilamos ali mesmo e no fim da tarde nos recolhemos em nossa casa, jantamos e ele foi dormir. Na madrugada fiquei pensando se conseguiria vê-lo partir. Ele foi meu companheiro de treinamento por tantos anos, além de ter contribuído e muito em minha criação. Era triste pensar de tal forma, mas eu sabia que deveria dizer adeus a ele. Naquela madrugada chuvosa, escrevi um desejo de boa sorte perto de um papel na cabeceira e fui dormir.
Acordei. A chuva era intensa e parecia já bem tarde. Com os pés sonolentos andei pela casa para ver as horas, e notei que ele não estava na cama. Corri desesperado passando por todos os cômodos, nada. Não parei para pensar, saí correndo em direção ao porto, carregando comigo um pano para proteger-me da chuva e do vento. Em um dia chuvoso como aquele, eu achava que não teria coragem de se despedir. Mas lá estava ele, pele pálida e gélida, cabelos negros sobre o rosto, com a alça da mochila pendurada em um ombro apenas. Estava encharcado. Cabelo, pele, o longo casaco e as calças, o sapato. Ao redor dele várias outras pessoas, que gentilmente se despediam, o cumprimentavam, davam lembranças.
Logo surgi diante dele, chamei por seu nome.Não me importava se ainda vestia o pijama em qual acordei, se estava descalço e se eu não havia limpo o filete de saliva seca que traçava minha boca. Apenas importava-me em dizer adeus, sabendo que não poderia evitar sua partida. Ao ver-me, ele abriu um sorriso gentil, e esperou até que minhas pernas ainda desajeitadas o alcançassem. Espremi-me entre a multidão, e agora estávamos cara a cara, eu com minha aparente fadiga e ele mantendo o sorriso. Tomou o pano que servia de guarda-chuva da minha mão, e afagou meus cabelos com aquele jeito todo especial de irmão mais velho. Perguntou-me como consegui acordar a tempo, mas não soube responder. Na verdade, nada conseguia dizer a ele, apenas o observava, mudo. O tempo estava piorando e ele precisava partir imediatamente, e no final subiu ao barco, acenou e disse “É com você agora, até lá.”. Lágrimas queriam sair de meus olhos determinados, enquanto eu o via sumir no horizonte. Para minha infelicidade, não consegui nem me despedir. Tudo o que me restava é esperar que ele esteja bem onde estiver, até o dia de minha tão sonhada partida. Faltava 3 anos.
Assim, Makino pegou em minha mão e me levou até em casa, onde eu poderia trocar de roupa para começar mais um dia de treinamento, normal, como qualquer outro.
4 comentários:
Muito bom ahn ;Dd
a fióta fez um texto tããão lindu *-*
Eu te amo caaara <3333
MUITO.
só porque voce é perfeitosa.
Thales.
WOOOOOOOOOOOOOOOOOOOOOOOOOOOOOOOOOOOOOOOOOOOOOOOOOOoo \*O*/ *olhos em chamas*
simplesmente FODA Miky, vc realmente tem talento pra escrever... caralho, eu to impressionado, sério mesmo
oq comentar? hmmm
além de dizer q o trabalho da sarah saretes é impecavel e mostra ser um trabalho digno de uma boa escritora?
além de dizer q a fic dela mais uma vez mostrou ser sensacional em todos os sentidos?
além de dizer q eu não gosto de yaoi...
mais nada neám?
é...acho q não tem oq dizer...
só: parabéns mais uma vez miky, continue assim e vc vai longe! ;Dd
(lance um livro de culinária e eu serei o primeiro a comprar rsrs)
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